"A pluralidade jamais pode ser confundida com a união indiscriminada de setores que têm por objetivo final deter o poder político. Ela é, antes, a união de indivíduos com ideias diversas, opostas, diferentes, que têm por meios as discussões e os debates e, por fins as construções conjuntas, sendo seu pilar de sustentação o respeito mútuo."
Até agora, as especulações políticas que rondavam a pré-campanha do CAEV não me abalavam. Não me abalavam pelo seguinte motivo: eu vivi a época de um Centro Acadêmico anterior à gestão Voz do Direito e eu vivi o CAEV gestão Voz do Direito. Nesse sentido, como membro presente e atuante, pude perceber as diferenças e transformações significativas que ocorreram, assim como pude perceber o trabalho que se tem para tocar um CA para frente.
Pois bem, para ambientar os novos alunos e relembrar os alunos mais antigos, vale dizer que a gestão anterior do CAEV não mantinha uma relação estreita aluno-CA. Isso significa que, antes, os rumos dessa instituição ficavam a mercê de interesses políticos- pessoais, os quais esvaziavam completamente o sentido de um centro acadêmico: representar os alunos da faculdade e defender os interesses da MAIORIA.
A gestão Voz do Direito veio, portanto, com o objetivo de restaurar o CAEV e torná-lo um espaço onde o aluno poderia, sem nenhuma recriminação ou resistência, expor suas opiniões, trazer suas ideias de faculdade e participar ativamente da construção desta.
Posso dizer que hoje, duas semanas antes das eleições, nós tivemos sucesso, e comprovar isso é fácil: o cenário político que se configurava pré-campanha era o de formação de três chapas com objetivos, ações e discursos distintos. Isso demonstra que os alunos passaram a ver o CA como um espaço importante de atuação do movimento estudantil, um espaço pelo qual se é possível obter conquistas, um espaço que é próximo do aluno e, portanto, compartilha com ele dos mesmos interesses. Outro aspecto que comprova o sucesso dessa gestão é o grau de incômodo que ela foi capaz de provocar em determinados setores da faculdade, os quais alegavam uma invasão nas competências "pré-estabelecidas".
-A meu ver, as instituições são livres e em nenhum lugar está escrito sobre as competências exclusivas (ai, aulas de constitucional) de cada instituição. -
Porém, com a campanha à flor da pele outro cenário se configurou e com ele os sentimentos de surpresa e de decepção, muito mais que o de receio, posso dizer, tomaram-me. Isso porque, veio-me a notícia que as duas chapas opositoras a nossa haviam se unido. DUAS CHAPAS COM DISCURSOS E POSTURAS OPOSTAS SE UNIRAM. Dentre outros pensamentos que se pode ter, um é evidente, latente e arriscaria ainda dizer que é fosforescente: incoerência. Mas deixarei que vocês leitores explorem as suas capacidades para descobrir o porquê.
Por hora, só consigo pensar em obscuridade, hierarquia, aparelhamento, abandono das políticas internas e discursos apaixonantes e apaixonados sobre objetivos na realidade não muito bem aclarados.
Autora: Fernanda Poeys - 4º período, manhã.
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